domingo, 22 de maio de 2011

Jorge E. Silva (org.) - Edgar Rodrigues, um pesquisador do movimento operário


      Pesquisador de história social, escritor e historiador autodidata, nascido no norte de Portugal em 1921, naturalizado brasileiro.
          Filho de um militante anarco-sindicalista português do Sindicato da Construção Civil filiado à CGT, participou da luta contra a ditadura salazarista, tendo-se exilado no Brasil em 1951. No Rio de Janeiro relacionou-se com os velhos militantes anarquistas, entre os quais José Oiticica e Edgard Leuenroth, participando das atividades do movimento e colaborando regularmente na imprensa libertária. Seus primeiros livros: Na Inquisição de Salazar (Rio de Janeiro, 1957) e A Fome em Portugal (Rio de Janeiro, 1958) foram de denúncia da ditadura portuguesa, o que lhe valeu integerar a lista dos autores proibidos em Portugal, país onde só pode voltar após a derrubada do sistema autoritário em 1974.
          Em 1969, foi um dos presos e indiciados durante a repressão desencadeada pela ditadura militar contra os anarquistas do Centro de Estudos José Oiticica do Rio de Janeiro.
          A pedido de publicações libertárias do Uruguai, começou a pesquisar a história do movimento operário e das lutas sociais no Brasil, escrevendo dezenas de artigos e livros sobre o assunto. Seus livros Socialismo e Sindicalismo no Brasil (Rio de Janeiro: Laemmert, 1969); Nacionalismo e Cultura Social (Rio de Janeiro: Laemmert,1972); Novos Rumos (Rio de Janeiro: Mundo Livre, 1972) e Alvorada Operária (Rio de Janeiro: Mundo Livre, 1979) são uma das principais fontes documentais para a história do movimento operário e anarquista brasileiro. É também o autor de quatro volumes sobre a história do movimento operário e do anarquismo em Portugal. Seus trabalhos são um manancial de informação para os pesquisadores da história social do Brasil e de Portugal, podendo-se afirmar que foi um precursor do estudo do movimento operário no Brasil, como foi reconhecido por historiadores como Hélio Silva, Azis Simão e Foot Hardman. No entanto, tratando-se de um pesquisador não acadêmico, é freqüente sua obra ser utilizada por investigadores universitários que sequer o referênciam como fonte, numa demonstração cabal de honestidade acadêmica .
          Nas suas atividades de pesquisa percorreu o Brasil recolhendo depoimentos de militantes e seus descendentes, coletando documentos de importantes militantes operários e ativistas anarquistas, constituindo um acervo único da história social brasileira entre 1890-1940.
          Uma de suas últimas obras é Os Companheiros, em cinco volumes, que reúne biografias de militantes anarquistas e anarco-sindicalistas que desenvolveram sua atividade no Brasil é o único dicionário biográfico do movimento operário brasileiro escrito até hoje.
          Em 1999 publicou pela Editora Insular [http://www.insular.com.br], de Florianópolis, o livro Universo Ácrata, em dois volumes, uma história do movimento libertário internacional.


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